A trajetória do maracatu de baque virado é marcado pelas grandes rainhas
Alguns reis também se destacaram, mas foram poucos. Um deles foi José Eudes Chagas, fundador da Nação Porto Rico do Oriente. Para fundar a nação, em 1967, contou com sua experiência a Troça dos ciganos, um maracatu disfarçado como ele o definia, e com o apoio da pesquisadora americana Catarina Real e de outras pessoas ligadas ao maracatu, como o batuqueiro Veludinho e mestre Luiz de França, que já tinha atuado no maracatu Elefante e depois liderou o Leão Coroado.
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Em 1968, ano de sua estréia no desfile de carnaval, ganhou o prêmio de melhor maracatu de baque virado do ano. Com condições muito precárias – desconsiderados pelos governos, visto como inferiores pela sociedade elitista – poucos maracatus conseguiam sobreviver e Eudes Chagas conseguiu colocar a nação na rua por mais alguns anos, até sua morte em 1979 , mas nunca mais foi campeão.
E como Porto Rico se torna essa nossa grande nação?
Foi nas mãos de uma grande rainha que a semente deixada por Eudes Chagas se transforma numa nação vencedora: Elda Viana
Em 1980 dona Elda Viana assume a nação do maracatu e torna-se rainha da nação sendo coroada na Igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no bairro de Santo Antonio em Recife.
Uma nação que cresce com a comunidade, com seus alunos da escola pública do bairro ou de sua escola de reforço, batuqueiros como Rumenig e Ivanzinho.
Uma nação que cresce e fica mais linda junto ao som da máquina de costura de Elda Viana.
Veja um pouco de tudo isso no filme que voltou a ser divulgado no carnaval de 2013 e que mostra nossa rainha Elda Viana e nosso mestre Shacon contando sobre a nação.