COMUNIDADE DO BODE
Por trás do cartão postal da praia Boa Viagem, com seus belos edifícios e rico comércio, encontramos favelas, casa em palafitas, um mundo diferente, o mundo da Nação do Maracatu Porto Rico.
Por trás de cada casa, encontramos muitas crianças, bocas, corações e sentidos para alimentar.
A nação Porto Rico sempre esteve aberta às crianças da comunidade e, por gerações, tem sido uma das poucas opções de lazer e de cultura da comunidade do Bode, bairro do Pina, onde tem sua sede desde os tempos do Porto Rico do Oriente, contado e imortalizado pela antropóloga americana Katarina Real o seu livro Eudes Chagas, o rei do maracatu.
HISTORIA DO PINA
Fundado enquanto Paróquia e instituído enquanto um bairro da cidade do Recife, o Pina, em especial a comunidade do Bode, é muito mais antigo do que relatam os registros de nossa cidade.
Em tempos de Brasil colônia, o Pina era uma ilha onde ficavam os escravos doentes, antes dos navios negreiros aportarem no cais do Recife para descarregar as levas de escravos trazidos do Continente Africano. Muitos destes negros fingiam permanecer doentes por muito tempo para manterem suas liberdades em terras estranhas. E assim, o Pina cresceu, às avessas as regras e determinações do governo local.
O Pina, e a comunidade do Bode, sempre foi conhecido enquanto localidade de maior concentração de comunidades religiosas de matriz africana. Daqui saiu um dos ramos do candomblé nagô de nosso estado. Aqui surgiram cultos religiosos que mantinham a tradição espiritual e cultura negra da comunidade.
Com a ascensão do estado novo, o Governo em comunhão com a Diocese resolvem instituir em 1932 a paróquia do Pina, como forma de controle social e catequese desta população tão “contrária as Leis de Deus” (segundo livro de tombo da Paróquia). Desde o bairro de afogados até os Limites do Riacho da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, a Paróquia e Bairro do Pina foram instituídos, “criados”, e passariam a ficar sob júdice do Monsenhor José Fernandes, um padre rígido na missão de fazer cumprir as leis cristãs católicas.
Com a Igreja construída na área onde tinha a mais tradicional comunidade religiosa do bairro, as demais famílias se viram repelidas a se refugiarem na beira da maré, para permanecerem com suas tradições longe dos olhos da Igreja.
Hoje com cerca de 80.000 habitantes, o Pina precisa ser reconhecido como um dos maiores quilombos urbanos da cidade pois suas comunidades de matriz africana, seus terreiros e brinquedos tradicionais, formam uma grande família, onde cada um participa e auxilia nos ritos, festas e brincadeiras dos outros, não importando religião, ou se existe inimizade.
A com unidade do Bode, no bairro do Pina, tem muita música, muita cultura!
Aqui encontramos o Maracatu Nação Porto Rico e o Maracatu Nação Encanto do Pina (http://nacaoencantodopina.maracatu.org.br/) e outras entidades e grupos culturais como o Mazuca da Quixaba (http://grupomazucadaquixaba.wordpress.com).
MAZUCA DA QUIXABA – TERÇA NEGRA – PÁTIO DE SÃO PEDRO – RECIFE – PE
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=cU0wNV2UCd0[/youtube]
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=f8OaJQhXIJs[/youtube]
Em 2011 Porto Rico aumenta suas responsabilidades com o futuro das crianças da sua comunidade no bairro do Pina, Recife, PE, com o inicio de suas atividades como Ponto de Cultura, um convênio com o Ministério da Cultura e a Nação Porto Rico.
Porto Rico se prepara para essa tarefa reformando sua sede e instalando o laboratório de informática.
Ao mesmo tempo busca o apoio de empresas e instituições para poder oferecer mais opções de educação e cultura para sua comunidade.
Fotos de 2011, do passeio crianças da comunidade que foram ao teatro Apolo para ver a peça A revolta dos brinquedos .